SINAIS DE INCÊNDIO
As freguesias (bairros) de São Paulo à época passaram a adotar um sistema de sinais de incêndio baseados nos sinos das igrejas. Eram toques, rebates e repiques em código que alertavam munícipes e autoridades das ocorrências de fogo nas proximidades. Além disso a norma determinava que durante a noite os carroceiros deveriam manter as pipas cheias d’água para não se perder tempo de enchê-las em caso de ocorrência. E os donos de poços também eram obrigados por lei a liberar o acesso para captação da água caso fosse necessário.
Esses sinais de incêndio foram os primeiros passos para que mais tarde, em 1880, fosse criado oficialmente em São Paulo a Seção de Bombeiros, inicialmente composta de 20 homens.
Observem que a “Seção de Bombeiros” foi organizada anexa à então “Cia de Urbanos da Capital”. Esta companhia de urbanos era a corporação policial da época, dai a razão da origem dos Bombeiros de São Paulo ser militar, ao contrário de outras cidades e estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, onde a origem é civil.
A telefonia na capital paulista só chegaria no ano de 1884, então o poder público da época ampliou os sinais de incêndio, criando em 1883 uma tabela a ser seguida pelas igrejas da capital.
A tabela publicava uma série de regras a serem seguidas pelas paróquias dos bairros quando na ocorrência de incêndio. Para facilitar a identificação do alerta as badaladas eram feitas não por qualquer igreja do bairro afetado, mas por aquela que mais próxima estivesse do foco de incêndio. Era rudimentar, mas eficiente.
No decorrer desta mesma década de 1880 o serviço de bombeiros da cidade foi sendo cada vez mais ampliado e aprimorado, com a compra de novas mangueiras, bombas e até carros à vapor. Foi nessa mesma década, precisamente em 1887, que os bombeiros se desmembram da Central de Urbanos, passando a ter sua própria sede na então Rua do Trem, atual Anita Garibaldi. Até hoje o Corpo de Bombeiros tem sua base ali, sendo ela a mais antiga unidade de São Paulo, localizada ao lado da Praça da Sé.
Pesquisador: Sgt Eduardo Marques de Magalhães
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