CAIXAS DE SOCORRO POLICIAL
"Caixas de Socorro Policial"
Toda a gente conhece essas caixas colocadas em pequenos postes por várias ruas da cidade, mas bem poucos conhecem seu funcionamento. Vamos explica-lo rapidamente.
Uma de nossas gravuras mostra o interior do poste de socorro. Outra da a mesa de recepção dos sinais, na Força Policial.
Quando é um soldado que se serve da caixa, vários casos podem ocorrer. Se ele não tem tempo de explicar para a Força do que se trata, introduz a chave no lugar, da-lhe volta e retira-se.
O posto central assinala alarme naquele ponto. Se o rondante dispõe de mais tempo, abre a caixa, põe o ponteiro sobre a indicação do que precisa (socorro, bombeiros, assistência) e baixa a manivela.
Imediatamente, na Força sabem se ele quer socorro de força, se precisa de uma ambulância, ou se o que há é algum incêndio.
Bastam-lhe, por assim dizer, três gestos: 1°, abrir a caixa; 2°, colocar o ponteiro no lugar próprio; 3° , baixar a manivela.
Se porém, ele pode dispor de mais tempo, coloca o ponteiro na legenda "Telefone", da o sinal e põe imediatamente o fone no ouvido. Na Força, um empregado o atende e ele pode dizer com exatidão do que se trata.
Mas há ainda uma hipótese. Surgem as vezes graves desordens. Quando o soldado vai dar a parte para o quartel, várias pessoas o cercam, querendo ouvir o que ele diz. Se ele disser certas coisas, o povo exaltado pode agredi-lo. Nesse caso ele abre toda a face de sinais, que está visível na gravura, e acha atrás um pequeno telefone, graças ao qual pode comunicar para a polícia o que lhe convier, sem que ninguém saiba o que ele está transmitindo.
É bom dizer que, quando se faz qualquer pedido, ele aparece escrito na Força, mas com a hora exata, indicada precisamente. Se, portanto, há queixa de demora, logo se verifica se ela é ou não justa.
Na caixa há três indicações subordinadas ao título partes: Rondante, Sargento, Oficial.
É talvez essa a utilidade mais permanente nos nossos postes. Por aí se faz a fiscalização de todo o serviço policial.
Cada Rondante tem a vigilância de uma zona, em cujos extremos há caixas de socorros. Em média se calcula que, de 20 em 20 minutos, ele deve passar diante de alguma delas. Passando, deve abrir a caixa, colocar o ponteiro no lugar próprio: Rondante - e dar o sinal com a manivela. Na Força, fica registrado o momento exato em que ele por ali passou. O Sargento fiscaliza uma zona maior e tem, portanto nela maior número de caixas, onde é também da sua obrigação fazer os sinais. Com os Oficiais sucede o mesmo.
Todos esses sinais se inscrevem nos aparelhos da Força nas mesmas fitas. Assim lá se fica sabendo se cada um cumpriu o seu dever. E quando algum quizesse acusar o outro falsamente, a acusação seria logo verificada, porque é na mesma tira telegrafica que estão os registros dos três.
Esses registros, assim que vão chegando, vão sendo escriturados em uma parte diária, que permite, com uma simples inspeção, verificar se o serviço está sendo feito com regularidade: cada um se fiscaliza a si mesmo e fiscaliza os outros dois.
Em casos de desordem, se um poste for derrubado, ou se alguém tenta em qualquer ponto da cidade cortar os fios subterrâneos de comunicação a Força tem logo aviso disso.
Na caixa há dois orifícios de fechadura. Um para os Rondantes, outro para as chaves especiais que a polícia fornece a cidadãos concentrados. Se um cidadão vai passando por um lugar público e vê um desastre ou desordem, coloca a chave na fechadura, dá-lhe volta e isso é bastante para que a polícia avisada corra ao lugar.
A chave do cidadão tem uma particularidade curiosa. Uma vez posta na fechadura não sai dela senão com a intervenção do mecânico da polícia.
Assim se alguma pessoa der um rebate falso será logo reconhecida porque as chaves são numeradas.
Os marcos históricos da origem da estrutura de comunicações do Corpo de Bombeiros estão documentados em relatórios produzidos ao longo do tempo e do manual "Noções Práticas do Serviço de Bombeiros da Força Pública do Estado de São Paulo", de 1915, que descreve em detalhes a utilização dos recursos existentes bem como suas aplicações técnicas e táticas. Sua evolução pode ser abordada em dois conjuntos: o acionamento do serviço e as comunicações no local da ocorrência. É essa interação sistêmica que garante a qualidade do sistema de comunicações de bombeiros.
"Ontem Hoje e Sempre"
Comentários
Postar um comentário