CMT MANOEL SOARES NEIVA
Foi o primeiro comandante que efetivamente desenvolveu carreira de bombeiro, tendo ingressado aos vinte anos de idade no Corpo de Bombeiros da Corte, na cidade do Rio de Janeiro em 1889.
Ao ser designado para servir em comissão no Corpo de Bombeiros de São Paulo, era 2º Sargento Maquinista, tendo alcançado sucessivas promoções. Em 01Dez1898, como Major, assumiu interinamente o Comando do Corpo de Bombeiros, Ordem do Dia Regimental nº 365.
A lei nº 652, de 16Ago1899, que fixou o efetivo da Força para 1900, produziu enorme corte no efetivo do CB, extinguiu o Posto de Tenente Coronel, em consequência o Corpo de Bombeiros passou a ser Comandado por Major, situação que perdurou até 1906 e foi modificada pela Lei nº 957 de 28Set1905 que restabeleceu a função de Tenente Coronel para o Comando do Corpo.
Consta nos registros ainda que em 24Set1899, por decreto nº 23 publicado em 24Set1899 e Ordem do Dia nº218 do Comando Geral foi nomeado Major Comandante, cargo depois confirmado em 1905.
Foi durante seu longo comando que a corporação deu um verdadeiro salto de qualidade, passando por sucessivas alterações importantes, a começar pela implantação do Sistema de Alarmes Gamewell, que melhorou significativamente a comunicação povo-bombeiro e funcionou por diversas décadas.
Foi também em seu comando que se iniciou a substituição dos carros com tração animal, por veículos motorizados; uma mudança desejada, mas que exigiu profundas mudanças na forma operacional e na manutenção dos equipamentos. Outra dificuldade enfrentada por seu comando foi a redução do efetivo. E para enfrentar todas essas dificuldades foi dada ênfase total nos treinamentos.
Durante seu comando (Período de Comando 1) foi produzido o primeiro Manual de Instrução, intitulado “Noções Práticas do Serviço de Bombeiros”, um excelente material produzido pelos capitães Marcílio Martins Franco e Affonso Luiz Cianciulli. Foi um período de grande valorização profissional e intelectual por influência da “Missão Francesa”. Por volta de 1913, o Professor Rodolpho A. Reiss, da Universidade de Lucerna (Suíça), desenvolveu uma série de conferências sobre “Causas de Incêndio e Organização de Corpos de Bombeiros”. Enquanto isso, o Comandante Soares Neiva dava total apoio às iniciativas do capitão Cianciulli, que aprimorava alguns equipamentos e inventava outros. Nesta fase o Corpo de Bombeiros progrediu consideravelmente e também era uma Corporações onde havia muita cordialidade interna, uma vez que, apesar de bastante rigoroso, o Comandante Soares Neiva era muito estimado por todos.
Em 27Jul1918, por Decreto e Ordem do Dia nº 1 do Comando Geral e Regimental nº 1, em virtude da morte do Cel Antônio Batista da Luz, foi nomeado Comandante Geral da Força Pública em comissão, sem deixar o comando do CB.
Em 28Jul1918 assumiu o Comando da Força Pública. De início assume cumulativamente, para posteriormente ser efetivado no novo Comando, onde permaneceu por 2 anos, até solicitar a sua reforma em 1920.
Na ordem do Dia nº 127 de 13Jul1921 consta a publicação em Diário Oficial do Estado de São Paulo que ele exercia em caráter interino o comando da FP desde 15Mar1921 e passou a ser efetivo em 11Jul1921, porém, nesta mesma data e publicação aparece a publicação de sua passagem para a reserva.
Em 1930, de forma surpreendentemente, foi revertido ao serviço ativo, para reassumir o comando dos bombeiros, (Período de Comando 2), agora organizados no Batalhão de Bombeiros Sapadores. Tudo faz acreditar que o objetivo desse retorno seria profissionalizar o bombeiro na sua missão primeira, após um longo período em que a prioridade foi o seu emprego em missões essencialmente militares, mas devido ao seu debilitado estado de saúde, permaneceu muito pouco tempo no comando, falecendo logo em seguida.
Era irmão de João Soares Neiva, que chegou a Comandante do Corpo de Bombeiros da Corte, mas que na época da criação do CB em São Paulo, ocupava a função de Diretor, tendo dado total apoio na sua estruturação. Foi ele quem indicou o nosso primeiro comandante.
Pesquisador: Sgt Eduardo Marques de Magalhães
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