"𝗢 𝗦𝗲𝗿 𝗛𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼 𝗲 𝗮𝘀 𝗔𝗯𝗲𝗹𝗵𝗮𝘀 𝗼𝘂 𝗙𝗼𝗿𝗺𝗶𝗴𝗮𝘀"
"𝗢 𝗦𝗲𝗿 𝗛𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼 𝗲 𝗮𝘀 𝗔𝗯𝗲𝗹𝗵𝗮𝘀 𝗼𝘂 𝗙𝗼𝗿𝗺𝗶𝗴𝗮𝘀"
Diante disto nos vem à mente a figura do bombeiro diante do fogo. E percebemos que ha uma grande diferença entre o ser humano e as abelhas ou formigas. Elas, diante do perigo, atacam. O homem foge.
Para defender sua colmeia, a abelha avança com toda a violência e ao soltar seu ferrão no inimigo ela mesma se destrói. Junto com ele se vai seu intestino todo e ela fenece.
Os pequenos insetos agem por instinto. Só instinto. O ser humano sabe que, se não sair dali, imediatamente, vai sucumbir. Por isso, foge. E eis aqui a anti-razão que envolve a vida de um bombeiro.
Ele enfrenta. Invade o fogo e vai lá dentro do incêndio para salvar seu semelhante, no meio das labaredas. Que mistério é esse que desnatura a alma do ser de tal modo que, de repente, em vez de fugir, a cena perigosa o transforma num super-homem com o mesmo instinto divino das abelhas e das formigas?
E são super-homens, mesmo. Exatamente iguais aqueles heróis que povoaram a fantasia de nossa infância, ao tempo dos gibis. Tarzan, Capitão Marvel, Cavaleiro Negro, Homem Aranha - eram os nossos idolos.
Talvez isso explique o grande fascinio que os bombeiros exercem, ainda hoje, sobre nossas crianças. São heróis da vida real. Tomamos consciência de tudo isso ao reler o clamor do coronel Jonas Flores Ribeiro Junior depois do incêndio do Joelma, diante da leviana omissão de nossos políticos, faltando ao dever de equipar a tropa para o combate ao fogo. Sem hidrantes, sem água, sem comunicação, os bombeiros exaustos, queimados e asfixiados voltavam para o fogo, após medicados - o coronel clamou: "Não dá mais!"
E acrescentou: "um mês depois do Andraus, ninguém mais se preocupou com os problemas dos incêndios e hoje aconteceu isto. Os bombeiros estão preparados, mas apenas dentro dos meios que podem contar. Temos apenas 13 postos espalhados pela cidade. Precisamos de 70. Um para cada grupo de 150.000 habitantes. Só assim poderemos chegar ao local do fogo nos primeiros 5 minutos." Essa é uma advertência eterna do coronel.
Porque o mundo muda, ano após ano. E a população, as cidades e os perigos crescem, a cada dia. A gloriosa corporação começou há quase 143 anos, apenas com equipamentos manuais. Hoje atende a milhões, nessa metrópole febril em que vivemos. O perigo nos ronda a toda hora. E precisamos dar condições aos nossos bombeiros.
Enquanto a gente foge, são eles que vão lá dentro, salvar seu semelhante e atacar as labaredas imensas que os envolvem.
𝗦𝗲𝗺 𝗺𝗲𝗱𝗼 𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗿𝗶𝗴𝗼.
𝗖𝗼𝗺𝗼 𝗮𝘀 𝗮𝗯𝗲𝗹𝗵𝗮𝘀 𝗲 𝗮𝘀 𝗳𝗼𝗿𝗺𝗶𝗴𝗮𝘀.
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