"𝐃𝐎 𝐒𝐎𝐍𝐇𝐎 𝐀 𝐑𝐄𝐀𝐋𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 - Á𝐆𝐔𝐈𝐀𝐒 / 𝐒𝐏"
"𝐃𝐎 𝐒𝐎𝐍𝐇𝐎 𝐀 𝐑𝐄𝐀𝐋𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 - Á𝐆𝐔𝐈𝐀𝐒 / 𝐒𝐏"
1. 𝐒𝐈𝐓𝐔𝐀ÇÃ𝐎 𝐄 𝐌𝐈𝐒𝐒Ã𝐎
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, de outros Estados do Brasil e paises do mundo inteiro, vem ano a ano, desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas que possam minimizar o tempo de atendimento das ocorrências, bem como solucionar os problemas de penetração em locais ou localidades cuja natureza ou fatores resultante do próprio sinistro, impedem ou retardam uma pronta ação do homem com seus equipamentos. Nesse aspecto a preocupação objetiva-se para os seguintes casos mais importantes:
𝐀. 𝐏𝐑É𝐃𝐈𝐎𝐒 𝐄𝐋𝐄𝐕𝐀𝐃𝐎𝐒
A algumas décadas mais ou menos iniciou-se nas grandes cidades a construção de edifícios com altura bem superior a quarenta e cinco metros. Exatamente nesse tipo de edificação, São Paulo viveu seus maiores sinistros com um saldo grande de vítimas fatais, fato que alertou o mundo inteiro obrigando a desenvolver novas técnicas de salvamento e combate para esse caso. A preocupação volta-se para esse tipo de edificação devido a ação do homem pelos meios convencionais ou seja por via terrestre, limitar-se teóricamente a altura máxima de quarenta e cinco metros, mas que na realidade raramente ultrapassa dos trinta e cinco metros, devido o ângulo de aplicação dos equipamentos que na maioria das vezes deparam com obstáculos impossibilitando sua aproximação ideal do local.
Após essa altura, a atuação dos bombeiros por terra resume-se em combater o fogo pela retaguarda e, salvar vidas ou bens que pela sorte escaparam da devassa do fogo, deixando sua frente livre para queimar sem nenhuma barreira até o topo do edifício, contrariando assim as sistemáticas de combate a incêndio que prevê inicialmente um isolamento simultâneo com o confinamento e extinção na frente de propagação do fogo.
Nos incêndios em prédios elevados ficou evidenciado a necessidade do emprego de helicópteros, embora seus pilotos na ocasião não estivessem preparados e suas aeronaves adequadas para a execução de tais missões, foram de ação preponderante para que o número de vítimas fatais não fossem superiores aos registrados. Como prova do desenvolvimento de novas técnicas de salvamento e combate a incêndios em prédios elevados, anexanos uma reportagem do jornal CITY NEWS com o título "O CARRO DE BOMBEIRO ALADO" onde a empresa aeroespacial norte-americana Mc Donnel-Douglas apresenta o projeto de uma plataforma suspensa por um helicóptero, capas de retirar de um prédio sinistrado dezesseis pessoas de cada vez.
Também ficamos conhecendo a utilização de tanques, com capacidade de até cinco metros cúbicos que são transportados para o topo através de cabos de aço para lançarem a água sobre o fogo sem expor a aeronave aos produtos de combustão das correntes de que afetam a sua estabilidade. Da mesma forma, materiais de primeiros socorros e equipamentos diversos podem ser transportados para o edifício. A descida de bombeiros e equipamentos também pode ser através do Freio de Segurança com a utilização de corda-espia permitindo ao helicóptero ficar aos cem metros de altura.
𝐁. 𝐅𝐎𝐆𝐎 𝐄𝐌 𝐌𝐀𝐓𝐀
Tipo de sinistro que anualmente devastam reservas florestais e plantações dando enorme prejuizo aos governos e a particulares, embora empreguem grandes efetivos para o combate. A dificuldade da extinção do fogo em mata prende-se ao dificil acesso do homem e a chegada de equipamentos que as vezes é impossível, facilitando a destruição da flora e fauna da região e sujeitando-a a um possível desiquilíbrio ecológico.
Para a extinção de fogo em mata o emprego de helicópteros seria indispensável, para o levantamento da área atingida, direção de propagação, desembarque de equipes de trabalhos em pontos estratégicos possibilitando seu rápido confinamento, orientação de direção de trabalho das equipes, ou retirada das mesmas caso fiquem sitiadas pelo fogo, transporte de equipamentos para as frentes de trabalho e até a extinção. Para a extinção dependendo da capacidade de carga do helicóptero são utilizados tanques de relativa capacidade o qual laçam água sobre o fogo, tal processo já é utilizado em larga escala em diversos países.
𝐂. 𝐁𝐔𝐒𝐂𝐀𝐒: 𝐒𝐀𝐋𝐕𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐄 𝐓𝐑𝐀𝐍𝐒𝐏𝐎𝐑𝐓𝐄
As ocorrências de buscas e salvamento muitas vezes ocorre em locais distantes, de dificil ou sem acesso, de grande área a ser pesquisada e quando as vítimas são resgatadas necessitam de um transporte rápido para sobreviverem o que, normalmente não acontece pelas vias terrestres ou aquáticas. Como exemplo da ocorrência típica, lembramos a queda recente de um ônibus num abismo da Serra do Mar, onde o maior número de vítimas falecidas no local ou a caminho dos hospitais, deu-se pela demora da aplicação dos primeiros socorros por ter um local ingreme e um transporte demorado motivado pelo congestionamento nas estradas, próprios de tais acontecimentos, para hospitais situados a dezenas de quilômetros. Semelhante dificuldade existe quando acontece acidentes ferroviários em meio de florestas ou plantações.
𝐃. 𝐀𝐒𝐒𝐔𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐅𝐄𝐒𝐀 𝐂𝐈𝐕𝐈𝐋
Embora também algumas ocorrências já mencionadas façam parte de assuntos de defesa civil, como fogo em mata com grandes proporções, neste capítulo vamos considerar apenas os acontecimentos resultantes de grandes precipitações de chuvas, causadoras de inundações que bloqueiam estradas, arrastam pontes e deixam pessoas ilhadas, sem alimentos e socorros médicos. Para este tipo de situação, nenhum outro meio seria melhor do que o emprego do helicóptero, a fim de executar o resgate das pessoas, facilitar um rápido levantamento e orientação dos trabalhos da área atingida.
Todos os itens enfocados estão dentro de nossa rotina de trabalho e, seria assustador se no momento conseguíssenos fazer uma estatística de patrimônios como reservas florestais devastadas pelo fogo e mais ainda impresionante a de pessoas mortas por falta de um serviço de bombeiros apoiados por helicópteros. No Estado de São Paulo ainda não podemos recorrer a estatísticas para o emprego de tais aparelhos porque não o temos e ela não é direcionada para tal, mas se olharmos para as estatísticas de paises que a anos possuem tal serviço como o da reportagem em anexo de título "AMBULÂNCIAS QUE VEM DO CẾU" sentiremos a necessidade de sua criação a curto prazo.
2. 𝐃𝐎 𝐀𝐏𝐀𝐑𝐄𝐋𝐇𝐎 𝐀 𝐒𝐄𝐑 𝐄𝐌𝐏𝐑𝐄𝐆𝐀𝐃𝐎
O tipo de aparelho ideal para nossas missões seria em princípio aqueles que possuissem boa capacidade de carga e boa autonomia de vôo, a fim de transportarem fácilmente nossos equipamentos e um número ideal de pessoas. Seria o PUMA da Aerospatiale, fabricado na França ou o BELL 212, fabricado nos Estados Unidos. No entanto, tais aparelhos além de possuirem um custo elevado tanto de compra como de manutenção devido a importação, teria ainda o problema de exigir um grande estoque de peças, imobilizando um grande capital e teria uma assistência técnica demorada própria de equipamentos importados.
Tais problemas não aconteceria com a aquisição do helicóptero "ESQUILO" da HELIBRAS, de fabricação nacional, que é uma versão brasileira do modelo francês AS-350 ECUREULL da Aerospatiale. Tal aparelho além de não necessitar processo de importação por ser de fabricação nacional, possui uma assistência técnica e reposição de peças imediata.
O aparelho "ESQUILO" HB-350 além das vantagens apontadas possue um baixo custo operacional e atende cerca de 90% de nossas necessidades, facilita o adestramento inicial do pessoal por ser uma aeronave média e incentiva o desenvolvimento da indústria nacional.
4. 𝐈𝐍𝐅𝐎𝐑𝐌𝐀ÇÕ𝐄𝐒 𝐂𝐎𝐌𝐏𝐋𝐄𝐌𝐄𝐍𝐓𝐀𝐑𝐄𝐒
𝐀. 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀𝐋
Para a implantação do sistema o número ideal de pilotos seria de 08 (oito) por aeronave, a fim de operar vinte e quatro horas por dia, constando piloto, co-piloto e afastamentos.
𝐁. 𝐑𝐄𝐆𝐈𝐌𝐄 𝐃𝐄 𝐓𝐑𝐀𝐁𝐀𝐋𝐇𝐎
As atribuições do cargo serão desenvolvidas no horário normal de quarenta e quatro horas semanais ou conforme regulamento a ser elaborado.
𝐂. 𝐃𝐈𝐑𝐄𝐈𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐎 𝐏𝐈𝐋𝐎𝐓𝐎 𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀çã𝐎 𝐇𝐈𝐄𝐑á𝐑𝐐𝐔𝐈𝐂𝐀 𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋
Seria os inerentes ao posto que ocupa e os aspectos técnicos de segurança previsto nos regulamentos da FAB e Marinha do Brasil sobre operações de helicópteros.
𝐃. 𝐔𝐍𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐓𝐄𝐍𝐓𝐎𝐑𝐀 𝐃𝐎 𝐌𝐀𝐓𝐄𝐑𝐈𝐀𝐋
Opinamos que tal serviço seje subordinado diretamente ao Chefe EM/CB e, a criação de uma Uop para desenvolver tais missões com autonomia igual as do GI ou GBS.
𝐄. 𝐈𝐍𝐃𝐈𝐂𝐀çã𝐎 𝐃𝐄 𝐎𝐅𝐈𝐂𝐈𝐀𝐈𝐒 𝐐𝐔𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐄𝐑ã𝐎 𝐅𝐀𝐙𝐄𝐑 𝐎 𝐂𝐔𝐑𝐒𝐎 𝐃𝐄 /𝐏𝐈𝐋𝐎𝐓𝐀𝐆𝐄𝐌
Tal indicação será de escolha do Cmdo do CB, observando as exigências estabelecidas por lei.
5. 𝐂𝐎𝐍𝐂𝐋𝐔𝐒Ã𝐎
Face ao trabalho exposto, ao que foi dado observar durante a execução dos mesmos, até o presente momento, concluimos o seguinte:
𝐀. O emprego de helicópteros nas missões de bombeiros é imprescindivel para decrescer o tempo de atendimento das ocorrências, favorecendo a preservação de vidas e bens.
𝐁. O aparelho mais adquado para a implantação do serviço de apoio aéreo é o HB-350 "ESQUILO" da Helibras, fabricação brasileira, versão brasileira do modelo francês ECUREULL AS 350B da Aerospatiale.
𝐂. A necessidade da formação de uma comissão permanente em nivel de Estado Maior, com autonomia para contactar com as diversas organizações que já possuem helicópteros para tais missões, a fim a curto prazo, elaborar e propor:
- Decreto de criação
- Regimento interno
- Indicação dos locais e prováveis bases ou helipontos
- Documentação necessária para a aquisição dos aparelhos.
- Escola para habilitação dos pilotos e pessoal de manutenção.
𝐃. 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐒𝐒ã𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐏𝐎𝐒𝐓𝐀:
- Ten Cel PM HELIO BARBOSA CALDAS
- Major PM OSVALDO PELEGRINA MARTINS
- Major PM TANEO CAMPOS
𝐄. 𝐒𝐔𝐁 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐒𝐒õ𝐄𝐒:
𝐈𝐍𝐒𝐓𝐑𝐔çã𝐎 𝐄 𝐑𝐄𝐆𝐔𝐋𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒
- Cap PM JOSÉ SEVERINO SOBRINHO
- 1° Ten PM WANDERLEI DE MELLO
𝐋𝐄𝐕𝐀𝐍𝐓𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋
- Cap PM LUIZ CAVINATO NETO
- 1° Ten PM RAUGESTON BENEDITO BIZARRIA DIAS
𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓á𝐑𝐈𝐀
- Cap PM JOSE AGUILAR
- 1° Ten PM HENRIQUE ANDRADE MARSIGLIA
𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐋𝐀çõ𝐄𝐒 𝐄 𝐌𝐀𝐍𝐔𝐓𝐄𝐍çã𝐎
- 1° Ten PM WAGNER FERRARI
- 1° Ten PM LOURIVAL KROL
Quartel em São Paulo, 30 de julho de 1982
𝐓𝐀𝐍𝐄𝐎 𝐂𝐀𝐌𝐏𝐎𝐒
Major PM Chefe do Grupo de Trabalho
Este trabalho foi finalizado e entregue ao Comando do Corpo de Bombeiros. Não se sabe dizer qual foi o desfecho dado ao estudo apresentado, até que veio a criação do GRPAe no ano de 1984.
𝐆𝐑𝐔𝐏𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐄 𝐑Á𝐃𝐈𝐎 𝐏𝐀𝐓𝐑𝐔𝐋𝐇𝐀 𝐀É𝐑𝐄𝐀
𝐆𝐑𝐏𝐀𝐄
A Polícia Militar do Estado de São Paulo iniciou o emprego de aeronaves através do GRPAe, a partir de 15 de agosto de 1984 e o Projeto Resgate teve início em São Paulo no ano de 1989.
O Águia atua em operações policiais, resgates aeromédicos, salvamentos e transportes de órgãos e pacientes, além de prestar apoio operacional para órgãos como o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Policiamento de Trânsito, Rodoviário, Choque e Polícia Ambiental.
São ações no qual o resgate luta contra o tempo. Além de emergências do dia a dia das cidades, as aeronaves auxiliam em desastres nacionais como as enchentes do Rio Grande do Sul, e o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), em 2019.
Á𝐆𝐔𝐈𝐀 𝐐𝐔𝐄 𝐒𝐀𝐋𝐕𝐀 𝐕𝐈𝐃𝐀𝐒
Além das ocorrências policiais, um dos principais empregos dos helicópteros Águia é no resgate aeromédico.
“Do ponto de vista do equipamento, todas as aeronaves que saem para resgate aeromédico têm ventilador mecânico, monitor, desfibrilador, aspirador e material para fazer pequenas cirurgias. Tudo que precisa para deixar a pessoa viva. Os médicos e enfermeiros devem ser capazes de atuar com paciente crítico e com risco iminente de morte”.
Em 2023, o Governo de SP adquiriu o helicóptero H135. O modelo biturbina é utilizado pelos principais operadores aeromédicos do mundo. A aeronave é usada exclusivamente para resgates e possui capacidade para transportar até sete pessoas. Ela vem equipada com guincho elétrico e pode, eventualmente, transportar uma segunda maca.
“Tecnologicamente, é imbatível. Na missão no Rio Grande do Sul, pela primeira vez fizemos transportes com dois pacientes ao mesmo tempo: um deles com uma senhora entubada com pneumonia e um paciente extubado. E um segundo com duas crianças, uma de três e outra de dez anos. É uma aeronave fantástica”.
“É indiscutível o benefício do transporte e resgate aeromédico pela questão do tempo. Com certeza muitas vítimas são salvas”.
𝐉𝐔𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐒𝐄𝐌𝐏𝐑𝐄 𝐒𝐄𝐑𝐄𝐌𝐎𝐒 𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐅𝐎𝐑𝐓𝐄𝐒

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