"𝗘𝘀𝘁𝗮çã𝗼 𝗱𝗲 𝗕𝗼𝗺𝗯𝗲𝗶𝗿𝗼𝘀 𝗖𝗮𝗺𝗯𝘂𝗰𝗶"
"𝗘𝘀𝘁𝗮çã𝗼 𝗱𝗲 𝗕𝗼𝗺𝗯𝗲𝗶𝗿𝗼𝘀 𝗖𝗮𝗺𝗯𝘂𝗰𝗶"
Ten Cel Euclides Marques Machado, chefe do Serviço de Engenharia da Força Policial, leu o seguinte "Boletim Especial" desse Serviço referente ao ato:
"Com a satisfação natural do Soldado, ao Cabo da jornada e mais ainda, com o justificado júbilo de cooperar, embora em proporções modestas, para o brilhantismo das cerimônias que vão assinalar a passagem do terceiro aniversário do profícuo Governo do Excelentíssimo Senhor Doutor Fernando Costa, o Chefe do Serviço de Engenharia, por meio deste Boletim Comemorativo, declara oficialmente concluída a obra da Estação do Corpo de Bombeiros da 3° Zona, localizada à rua Major José Bento, no Cambuci, com área útil, desenvolvida de 2.204 metros quadrados".
Vossa Excelência verá que "Os Bombeiros, no dizer do ilustre homem de letras, sempre prontos" para atacar os dragões do fogo na boca, mesmo do seu covil" são também, com o seu distinto Comandante, a frente, Senhor Ten Cel Índio do Brasil, exímios construtores.
𝗔 𝗘𝗦𝗧𝗔ÇÃ𝗢 𝗡𝗢𝗥𝗧𝗘 𝗢𝗨 𝗧𝗘𝗥𝗖𝗘𝗜𝗥𝗔 𝗭𝗢𝗡𝗔
Em 1895, colocou-se em prática a política
de descentralização dos serviços, ocasião
em que, além da Estação Central, localizada na Rua do Trem (atual Anita Garibaldi), foram criadas as Estações Norte e Oeste. A Estação Oeste foi instalada à Alameda Barão de Piracicaba, no mesmo local onde hoje se encontra o 2º GB, e a Estação Norte, ou 3ª Zona, acomodada inicialmente à Rua Martim Bouchard.
Em 1917, a Estação Norte foi transferida para a Rua Brigadeiro Machado e, em 1929, para a Rua do Hipódromo. Como eram imóveis alugados, não possibilitavam adaptações para abrigar a constante evolução dos equipamentos nesse período. Foi somente em 1942 que a 3ª Zona se instalou no Quartel do Cambuci, originalmente construído para abrigar o Theatro Guarany. Após as necessárias adaptações, o posto foi solenemente inaugurado em 1944, conforme se pode observar em placa que ainda lá se encontra.
A partir do incêndio no Clube Elite, em 1953, os bombeiros identificaram a necessidade de criar um grupo de especialistas em ações de salvamento, surgindo então a 4ª Cia (de Salvamentos), com sede no Cambuci. Em 1964, durante o comando do tenente-coronel Paulo Marques Pereira, foi criada a Companhia Escola de Bombeiros, instalada no Quartel do Cambuci. O espaço passou a concentrar toda a formação de bombeiros, de soldados a oficiais, além da própria 4ª Cia.
Três anos mais tarde, a Escola de Bombeiros foi transferida para um prédio na área da Invernada do Barro Branco e a 4ª Cia passou a abrigar a 6ª Cia e também o Comando do Corpo de Bombeiros, a fim de viabilizar a derrubada do antigo prédio da Estação Central, na rua Anita Garibaldi. Essa situação permaneceu até meados do ano seguinte 1968, quando o Comando do CB foi transferido provisoriamente para o Palácio das Indústrias, no Parque D. Pedro II, que até então era a sede da Assembleia Legislativa.
Até 1975, o Quartel do Cambuci abrigou a 4ª e a 6ª Companhias, ocasião que, em consequência dos trágicos incêndios nos edifícios Andraus e Joelma, o CB sofreu drástica alteração em sua organização, com forte aumento de seu efetivo e recursos financeiros que possibilitaram a instalação de novos postos. Desde então, apenas o 1º GBS – Grupamento de Buscas e Salvamento ficou no Quartel do Cambuci, sucessor da 4ª Cia e berço do Serviço de Resgates.
Como nem tudo é só alegria, foi do Quartel do Cambuci que, na noite de 20 de julho de 1973, uma guarnição de incêndio da 6ª Cia partiu para o atendimento de uma lamentável ocorrência.
Em consequência de uma explosão, faleceram o 2º tenente Righini de Moura, o cabo Evaristo e o cabo Pereira, além de ferir outros dois bombeiros. E foi lá no Quartel do Cambuci que eles foram velados, assim como o coronel Caldas, seu patrono e grande herói.
Atualmente, o Quartel do Cambuci
abriga o 1º Grupamento de Bombeiros
Coronel Hélio Barbosa Caldas e é constituído de amplas e modernas instalações, porém preservando a antiga construção que um dia foi até teatro.
Como se pode notar, o Quartel do Cambuci sempre foi muito versátil em sua destinação. Contudo, o mais surpreendente esta relacionado aos seres humanos que por lá passaram.
Falar do Quartel do Cambuci sem
fazer referência ao Melchior é pular um capítulo especial. Melchior era dono do bar situado em frente, praticamente uma extensão do quartel. Ambiente familiar, que Melchior administrava com sua esposa, Dona Maria, e duas filhas, era frequentado por oficiais e praças. As duas filhas do Melchior acabaram se casando com integrantes da então 4ª Cia.
Também não se pode falar do Quartel do Cambuci sem citar o coronel Hélio Barbosa Caldas.
Herói com duas promoções por bravura e prêmios internacionais, era de uma simplicidade e alegria interior que influenciaram toda uma geração de oficiais e praças. O Cabeleira, que chamava a todos de “tchê” e não escondia o permanente sorriso, pode ser lembrado em cada um dos veteranos que todo dia 10 de março comparecem ao tradicionalíssimo "Encontro de Veteranos", mais uma das peculiaridades do Quartel do Cambuci.
𝗦ó 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝘁𝗿𝗮𝗯𝗮𝗹𝗵𝗼𝘂 𝗽𝗼𝗿 𝗹á 𝘀𝗮𝗯𝗲 𝗮 𝗲𝗻𝗲𝗿𝗴𝗶𝗮 𝗱𝗼 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿.
"𝗔𝗵, 𝗮𝘀 𝗘𝗻𝗰𝗵𝗲𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗶𝗻𝘂𝗮𝗺"
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